quinta-feira, 14 de abril de 2011

Escultura

As múltiplas experiências paralelamente pictóricas do início do século XX, no campo da escultura também este período foi marcado por uma notável tendência para a evolução das formas. Cézanne abriu caminhos na pintora posteriormente explorados por artistas das vanguardas do século XX, também no campo da escultura Rodin foi um artista que, pelo seu espírito e pertenceu mais no século XX do que no século XIX, Auguste Rodin trabalhou com a sua escultura anti-académica e a tridimensionalidade das superfícies em múltiplas facetas, causando a impressão de emoções verdadeiras e de movimento, criando e desafiando os limites das estabilidades, assim, uma nova linguagem plástica.

Inovado herdeira dessa estética de uma longínqua tradição académica, na qual pesam clássicas concepções sobre a representação do corpo humano e constrangimentos temáticos, no século XX a escultura das vanguardas vai, gradualmente, distaciando-se dos velhos cânones, sublinhando a importância da qualidade dos materiais. Seja ele o nobre mármore ou o moderníssimo plástico, no século XX o material ganha um protagonismo que compete com o valor da temática na escultura.

A pintura e a escultura estabelecem alguns laços contemporânea, pelo que muitos escultores vão trabalhar uma linguagem claramente influenciada pelo cubismo analítico. Entre esses artistas, distingue-se Alexandre Archipenko que despersonifica as figuras, reduzindo-as a jogos rítmicos de formas geométricas.

Criando os novos caminhos da escultura, esses artistas recorrem à simplificação da figura humana, representada apenas por traços essenciais ou estilizada. Em muitos casos esse exercício de simplificação da componente figurativa, leva alguns escultores a criar figuras inventadas, avançando no caminho da abstração.

Nessa via da abstracção, foi importantíssima a obra de Brancusi, que considerava o valor dos materiais prioritário e, inspirando-se diretamente nos materiais, trabalhava-os sem uma temática preconcebida. É notável a acção deste artista sobre a matéria, criando volumes geradores de uma energia que conjuga a arte neolítica com uma (então recente) atração pelo voo e pelo espaço. Este escultor inova também, ao conferir autonomia às bases das suas esculturas, criando um forte contraste entre essas texturas rugosas e as superfícies minuciosamente polidas das suas figuras.

Seguindo esse trilho na procura do valor intrínseco dos materiais, Henri Moore propõe que o escultor se deixe sugestionar pelas formas contidas nos materiais, devendo a obra final traduzir sempre as suas qualidades (peso, resistência, solidez, textura). Na expressividade das suas esculturas de figuras humanas estilizadas, pesa uma longa e vasta história da criação artística, a partir da qual este artista realiza a fusão de: princípios arcaicos, surrealismo, abstracionismo, e naturalismo.

Neste processo de renovação da linguagem escultórica inserem-se outros dois grandes nomes da escultura do século XX: Jean Arp e Alberto Giacometti.

No desenvolvimento da sua arte de esculpir "formas" e "não-formas", Arp apagou todos os pormenores figurativos, materializando o desejo de Cézanne que queria "unir as curvas das mulheres às encostas das colinas".

Já a obra de Giacometti - inicialmente marcada por especulações surrealistas, abstratas e cubistas - simboliza o eterno retorno à natureza, onde se projetam as suas figuras simples e esguias que adquirem uma grandeza intensa nesse confronto "com o vazio grande e profundo no qual elas gesticulam, se exterminam, anulam" (Giacometti).

No entanto, a avassaladora celebridade de nomes como Giacometti ou Henri Moore, que atuaram como alquimista da escultura contemporânea não impediu que novas aventuras estéticas fossem experimentadas por outros escultores, na segunda metade do século XX.

Quando Brancusi produzia suas obras em mármore ou metal, ele dava a elas um polimento, resultando assim num aspecto luminoso e sensações táteis para quem observa a obra. O resultado final das obras de Brancusi conclui que a escultura é uma arte reservada apenas à visão.

Na escultura moderna, os escultores sempre faziam novas pesquisas de materiais diferentes e novos tipos de movimentos, abstração, luz e cor.
Constantin Brancusi, Maiastra, 1912.
Refletindo o seu fascínio pela essência do voo, este escultor produz uma longa série de “Aves”, polindo o bronze até a perfeição para melhor atingir a estilização dos volumes.

Henri Moore, Grande Figura Estendida, 1938.
Na criação das suas enormes figuras humanas estilizadas, o artista sintetiza estéticas: arcaicas, abstracionistas, naturalistas e surrealistas.

Fonte Bibliográfica:

Camila Mendes dos Santos, Nº 06.

Um comentário:

  1. Camila, seu texto foi cópia do site. \Reveja a grafia de PINTURA, ANTI-ACADÊMICA, ABSTRAÇÃO e AÇÃO. O melhor seria escrever: ALGUNS LAÇOS CONTEMPORÂNEOS//.

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